Pois bem, cheguei em casa depois de passar pela consulta da cardiologista, que ótimo! Não tenho nada no coração, então a partir de agora não tem o porque eu me sentir mal, não ficarei mais nervosa e pronto, acabou!
Mas infelizmente não foi bem assim, neste mesmo dia resolvi ir à casa do meu namorado, tomei banho, liguei para ele e disse que estava indo até lá. Detalhe, ele morava no mesmo condominio que eu, no prédio do lado apenas, não era tão difícil ir até lá. Estava pronta, sentada na minha cama e comecei a perceber que estava ficando muito nervosa, e desta vez não sabia o porque, será que era pelo fato de eu estar prestes a sair de casa? Sair do meu cantinho? Não... nunca fui assim, sempre gostei de sair, de ver gente, de balada, tudo isso, e porque agora, do nada, estou sentindo medo disto? Estava confusa e fui ficando cada vez mais nervosa. Levantei, estava tremendo, com um frio na barriga, uma sensação esquisita, fiquei tonta, meu coração disparou, minha respiração ficou curta, achei que iria morrer mais uma vez, sai correndo do meu quarto e fui para a sala e gritei para minha mãe me ajudar, agachei no chão e afundei o rosto no sofá e fiquei ali, esperando aquele sensação passar e gritando muito. Minha mãe veio com o calmante natural que a médica cardiologista havia receitado, tomei, e fui me acalmando. mas denovo aquilo? A médica não tinha dito que eu estava bem de saúde? Que meu coração não tinha nada? Será que ela estava enganada, eu ainda não tinha feito os exames que ela pedira, podia ser que desse algo. Ai Meus Deus, entrei em desespero denovo.
Fui deitar, minha mãe ligou para o meu namorado e pediu que ele viesse em casa, ele veio, mas ficou pouco, eu não conseguia nem conversar, pedi que ele fosse embora, queria descansar!
E assim passei o fim de semana, mal, com medo de morrer, tendo crises mais fracas, mas tendo.
Passei dias na cama, dentro do meu quarto, só sai para fazer os exames e ir a igreja, que minha mãe insistiu para que eu fosse. Não sou religiosa, sou católica por batismo, mas nunca frequentei igreja, mas como minha mãe insistiu eu fui. Ah, como foi horrível, fui a muito custo, tremendo dos pés à cabeça, não conseguia mais sair de casa direito, cheguei na igreja, entrei, sentei, fui orar no santíssimo, nunca orei assim, mas nessas horas a gente pede ajuda a qualquer um, e a Deus também, quem sabe ele poderia me ajudar né?
Minha mãe foi pedir que o padre me benzesse, mas ele estava ocupado e tivemos que esperar um pouco, mas que espera demorada essa, comecei a entrar em parafusos, tive uma crise bem forte dentro da igreja, as pessoas que lá estavam olhavam para mim assustadas e eu lá tremendo, passando muito mal, comecei a pedir pelo amor de Deus para minha mãe para podermos ir embora, ela se levantou e ao invés de sair ela entrou para falar com o padre denovo e eu fiquei ali no banco sentada sozinha, ai pronto, passei mal como nunca havia passado antes, acho que foram os 5 minutos mais longos da minha vida. Derepente mamãe apareceu e me chamou, levantei e fui ao encontro do padre que me banzeu e disse que eu ficaria boa logo. Fomos embora, assim que sai da igreja já me deu um alívio imediato, respirei fundo e esperei o meu pai chegar com o carro para nos levar embora.
Papai chegou, entrei no carro e deitei no banco de atrás, chorei muito, meus pais estavam muito assustados comigo, sofrendo junto, era complicado.
Chegamos em casa, fui direto pra cama, o único lugar onde eu me sentia bem de verdade, e dormi. Depois das crises fortes me batia um sono e um cansaço incontroláveis e ai eu dormia muito.
Esse foi o meu primeiro fim de semana com o Pânico, foi trsite, mas digo que não foi o pior, ainda tinha muitas coisas para acontecer, mal sabia eu !
Continua...