terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"Curada"? Só uma ilusão...!


Pois bem, cheguei em casa depois de passar pela consulta da cardiologista, que ótimo! Não tenho nada no coração, então a partir de agora não tem o porque eu me sentir mal, não ficarei mais nervosa e pronto, acabou!

Mas infelizmente não foi bem assim, neste mesmo dia resolvi ir à casa do meu namorado, tomei banho, liguei para ele e disse que estava indo até lá. Detalhe, ele morava no mesmo condominio que eu, no prédio do lado apenas, não era tão difícil ir até lá. Estava pronta, sentada na minha cama e comecei a perceber que estava ficando muito nervosa, e desta vez não sabia o porque, será que era pelo fato de eu estar prestes a sair de casa? Sair do meu cantinho? Não... nunca fui assim, sempre gostei de sair, de ver gente, de balada, tudo isso, e porque agora, do nada, estou sentindo medo disto? Estava confusa e fui ficando cada vez mais nervosa. Levantei, estava tremendo, com um frio na barriga, uma sensação esquisita, fiquei tonta, meu coração disparou, minha respiração ficou curta, achei que iria morrer mais uma vez, sai correndo do meu quarto e fui para a sala e gritei para minha mãe me ajudar, agachei no chão e afundei o rosto no sofá e fiquei ali, esperando aquele sensação passar e gritando muito. Minha mãe veio com o calmante natural que a médica cardiologista havia receitado, tomei, e fui me acalmando. mas denovo aquilo? A médica não tinha dito que eu estava bem de saúde? Que meu coração não tinha nada? Será que ela estava enganada, eu ainda não tinha feito os exames que ela pedira, podia ser que desse algo. Ai Meus Deus, entrei em desespero denovo.

Fui deitar, minha mãe ligou para o meu namorado e pediu que ele viesse em casa, ele veio, mas ficou pouco, eu não conseguia nem conversar, pedi que ele fosse embora, queria descansar!

E assim passei o fim de semana, mal, com medo de morrer, tendo crises mais fracas, mas tendo.

Passei dias na cama, dentro do meu quarto, só sai para fazer os exames e ir a igreja, que minha mãe insistiu para que eu fosse. Não sou religiosa, sou católica por batismo, mas nunca frequentei igreja, mas como minha mãe insistiu eu fui. Ah, como foi horrível, fui a muito custo, tremendo dos pés à cabeça, não conseguia mais sair de casa direito, cheguei na igreja, entrei, sentei, fui orar no santíssimo, nunca orei assim, mas nessas horas a gente pede ajuda a qualquer um, e a Deus também, quem sabe ele poderia me ajudar né?

Minha mãe foi pedir que o padre me benzesse, mas ele estava ocupado e tivemos que esperar um pouco, mas que espera demorada essa, comecei a entrar em parafusos, tive uma crise bem forte dentro da igreja, as pessoas que lá estavam olhavam para mim assustadas e eu lá tremendo, passando muito mal, comecei a pedir pelo amor de Deus para minha mãe para podermos ir embora, ela se levantou e ao invés de sair ela entrou para falar com o padre denovo e eu fiquei ali no banco sentada sozinha, ai pronto, passei mal como nunca havia passado antes, acho que foram os 5 minutos mais longos da minha vida. Derepente mamãe apareceu e me chamou, levantei e fui ao encontro do padre que me banzeu e disse que eu ficaria boa logo. Fomos embora, assim que sai da igreja já me deu um alívio imediato, respirei fundo e esperei o meu pai chegar com o carro para nos levar embora.

Papai chegou, entrei no carro e deitei no banco de atrás, chorei muito, meus pais estavam muito assustados comigo, sofrendo junto, era complicado.

Chegamos em casa, fui direto pra cama, o único lugar onde eu me sentia bem de verdade, e dormi. Depois das crises fortes me batia um sono e um cansaço incontroláveis e ai eu dormia muito.

Esse foi o meu primeiro fim de semana com o Pânico, foi trsite, mas digo que não foi o pior, ainda tinha muitas coisas para acontecer, mal sabia eu !

Continua...

13 comentários:

Stedy disse...

""fui direto pra cama, o único lugar onde eu me sentia bem de verdade""
Me sinto exatamente assim quando estou em crise... Tudo que quero é deitar na minha cama, me enfiar debaixo das cobertas e chorar, e gritar, e esperar a terrível sensação passar... Sem contar que evita quedas indesejáveis quando perco o controle dos músculos,o que acontece em 99% das minhas crises e já me gerou uns "belos" machucados...
Tenho sorte de ter colegas de quarto e de classe compreensivos, que não se aterrorizaram quando contei sobre meu problema, e conseguem agir de forma racional quando a maioria das pessoas entraria em desespero ao ver meu estado. Minhas crises - todas as crises de SP, em geral, né? - são horríveis de se ver. Duvido que eu manteria a calma se visse algum amigo assim, por isso agradeço a Deus pelas pessoas que colocou ao meu lado aqui, pra me ajudar...

Espero um dia estar aqui contando que estou saindo desse buraco negro que se tornou minha vida, mas por enquanto é lutar muito, e fazer de tudo para superar...

Guilly mags... disse...

Oi Raquel, li tudo q vc postou por aqui, gostei muito do seu diário... sei bem o q está passando, pra mim tb é uma luta constante, sair, ir pra facul, várias vezes ja tive q pagar taxi por n conseguir voltar pra casa de onibus. sair de casa pra mim tb é uma luta, muito foda mesmo, ja fiz vários exames, todos de sangue, tomografia etc... fico muito chateado, tenho crises isoladas ao longo do dia e a impressão q tenho é q nunca mais terei a vida que eu tinha, é uma estranhesa com o mundo e com a gente mesmo, não desejo isso pra ninguem! Minha mãe tb sofre de SP! vou começar um tratamento na segunda feira! Muita sorte pra vc e pra todos q postaram aqui! Não podemos desistir da vida! jamais!
abração e fica com Deus!

Anônimo disse...

Você citou que a cama é o seu único refúgio... Pra mim, nem a cama é suficiente. A vontade na hora é de desaparecer pro além, mesmo.
Bom, li seu post, mas não tenho muito a acrescentar. Realmente, é maravilhoso ter pessoas das quais te ajudam e te compreendem, tanto na hora da crise, como depois. ;)
Não tenho muita certeza se a crise é igual com todos, mas pelo menos comigo é um pouco diferente. Eu fico MUITO agressiva na hora, mas não consigo me levantar, nem correr...
Enfim, desejo melhoras para você, moça!
;)

Raquel M. disse...

Oi! Tbm tenho SP!
Achei muito show teu blog. Muito legal sua atitude!
Abraços e apareça pra me visitar, também falo da SP em meu Blog.

Anônimo disse...

Olá, lido com este transtorno ha 6 anos. Tenho 32 e uma filha de7.Vivi estes anos mantendo tudo iso que se passava muito escondido, guardado.Incrivel ver aqui seus depoimentos, seu despreendimento para compartilhar, se ajudare ajudar aos outros. Certamente foi um grande despertar para mim.Vou refletir, e espero voltar para compartilhar minahs experiencias com vc. Beijoa. Ivana

Gus disse...

Oi
Cheguei aqui através do blog ´Fui ao inferno e voltei´. Essas coisas são brabas mesmo. Eu parei de ter crises fortes depois dos exames mostrarem que minha saúde tá perfeita. Mas tenho me tratado.

Uma coisa que tem funcionado MUITO pra mim foi a meditação + respiração diafragmática. Não precisa ser budista pra fazer isso :-)

E o livro "O poder do subconsciente" do Dr Joseph Murphy, é ótimo tb, e fácil de ler.

A cura/controle existe. Se vc fizer o tratamento direitinho, vai ficar boa em algum tempo e levar uma vida normal, assim como minha ex, que há 10 anos nao sabe o que é crise. Força, que vc consegue.

Mariana disse...

Oi, Raquel, tudo bem? Estou fazendo uma reportagem sobre blogs, queria saber se a gente podia conversar. Você me escreve para eu te explicar melhor? marianadelfini@gmail.com. Obrigada! Beijos

Nana disse...

Ooi, tenho me tratado e minhas crises aparecem bem intercaladas.Nós precisamos entender nossos medos e avaliar o nosso pensamento racionalmente, o que é bem difícil.. Fiz um blog com o intuito de mostrar como tentoo amenizar o que sinto.
Se tiverem curiosidade é o www.ansiedadeemdemasia.blogspot.com

Beijos

Anônimo disse...

Olha eu já tive uma crise similar a essa, dentre tantas outras, aq eu foi similar a sua foi a pior, mas acredite sempre que nada vai acontecer a voce que tudo passará, quando se sentir nervosa demais, beba uma água e respire e pense que aquilo está te "curando", você não imagina o quanto isso te ajudará.

Pink disse...

Oi Raquel!
Obrigada por estar compartilhando com agente suas experiências que me ajudam muito a entender mais racionalmente os sintomas da SP. Também tenho e tive a sorte de um médico geral já ter sacado de cara que era o Pânico. Isso porque levei todos os sintomas escritos (depois de 7 meses experimentando o pavor) e ele me disse que só faltava eu escrever um livro sobre a Simndrome. Depois de fazer todos os exames, me receitou um remédio que está me acalmando muito. Já faz 9 dias que não tenho uma crise e espero nunca mais tê-la. Sei que será aos poucos a minha cura, mas já marquei uma consulta com uma Psicóloga e estarei munida com o meu caderno em que escrevo tudo o que sinto e acredito serem as causas disto tudo. A psicóloga, em uma conversa inicial, elogiou minha atitude, escrever é um tipo de terapia, e me ajudará a ir direto ao ponto (ai fica uma dica pra todos!). Alem de tudo isto sou cantora, e estas crises não me deixam estar na frente do público... Quero ir na raiz disto tudo e voltar a ter minha vida de volta, mas sei que voltarei sendo uma outra pessoa... Um grande abraço pra todos e fiquem com Deus!
Fernanda

Alex Sami de Arruda disse...

Raquel, pq. parou o Blog? Como você está e o que aconteceu do ultimo texto até hoje?

Renato Willian Lima disse...

Notei que a última postagem no seu blog data de 2008. Gostaria muito de saber como você está hoje, em 2012. Quatro anos depois foram suficiente para superar o estresse?

Síndrome do Pânico disse...

Olá Raquel,
O que mais me surpreende no teu texto e em tantos outros relatos é a similaridade em tudo. É tudo idêntico. Qualquer coisa é um gatilho para um início de nervosismo que se não é imediatamente controlado vira crise.
Obrigado por compartilhar, gostei muito do seu blog. Estou escrevendo um blog também, tem uma sala de chat para amenidades, trocar receitas de remédios (rsrsr) e socorro aos mais ansiosos. www.sindromedopanico.me
Grande abraço.