domingo, 17 de fevereiro de 2008

O dia seguinte


O dia amanheceu, acordei, dormi bem durante a noite, sono tranquilo. Mas acordei, e percebi que o pesadelo não havia passado, eu ainda sentia medo, medo de sentir "aquilo" outra vez. Me vi sozinha em casa, meus pais tinham ido trabalhar, eu sempre fiquei sozinha em casa e sempre adorei essa liberdade, mas desta vez era diferente, não me sentia livre e nem a vontade ali sozinha. Levantei, fui ao banheiro e depois à cozinha para comer algo e ai percebi que meu estômago estava meio embrulhado e resolvi voltar para o quarto sem comer nada, liguei a TV para tentar me distrair, mas foi em vão, nem conseguia prestar atenção no que estava se passando. Resolvi ligara para o meu namorado da época, contei a ele o que tinha acontecido, mas no momento ele não podia me ajudar, estava no trabalho. Liguei para minha mãe, disse q não me sentia bem, meu coração estava acelerado, estava mal, eu ainda pensava que estava sofrendo de algum mal cardíaco, e este pensamento me deixava muito aflita, achava que precisava voltar ao hospital ou marcar alguma consulta no cardiologista, enfim, precisava de atendimento médico, não era possível se sentir tão mal assim sem nenhum motivo físico aparente.
Mãe é mãe, ela estava começando a se preocupar e muito, ligou para o meu pai que logo em seguida me ligou para saber o que estava contecendo, disse que não me sentia bem, estava tonta, coração acelerado, sensação de que iria ter um infarto ou uma parada cardíaca a qualquer momento e morrer. Esta idéia era de deixar qualquer um apavorado, e era assim que eu me sentia, simplesmente apavorada. Comecei a chorar no telefone, chorar não, a berrar, e pedi para que meu pai viesse ficar comigo, e ele veio, largou o serviço e veio ficar ao meu lado. Logo que papai chegou me senti aliviada, alguém de confiança estava ali ao meu lado e não deixaria nada de mal acontecer, se acontecesse me socorreria de imediato. Mas que mal era esse que tanto me afligia? Nem eu sabia bem o que era, só sabia que era ruim, muito ruim.
Fiquei um tempão deitada na cama agarrada ao meu pai pedindo para ele me ajudar e ele sempre dizendo para eu me acalmar pois não tinha nada, estava apenas nervosa demais. Mas era difícil controlar, que nervoso era esse que eu não conseguia controlar? Não é possível, deve ser alguma doença física sim, é meu coração, ele pode parar a qualquer momento. Ai Meu Deus, me ajude!
Tocou o telefone, era minha mãe, disse que tinha marcado uma consulta em uma cardiologista e que era para nós, eu e meu pai, ir ao consultório imediatamente.
Ir ao médico era o que eu mais queria naquela hora, mas por incrível que pareça comecei a ficar muito nervosa só de pensar em ter que sair de casa, principalmente porque teríamos que ir de ônibus, nossa, comecei a passar mal. Foi ai que meu pai pediu a ajuda de uma amiga nossa que nos levou até o consultório de carro, fui mais tranquila, porém bem agitada.
Chegamos ao consultório e a enfermeira já me levou direto a sala para fazer um ecocardiograma, eu não conseguia parar quieta, deitei na maca e comecei a tremer, falava sem parar, e o pior é que para se realizar este exame você precisa ficar quieta e imóvel, mas tava difícil, enfim, fiz o exame e ela pediu para eu aguardar a médica chamar. Fui até a sala de espera e fiquei ali ao lado do meu pai, balançando as pernas sem parar, sentindo a pulsação por todo meu corpo, umas ondas de calor que vinham do nada, um incomodo sem fim. Mas ao mesmo tempo me sentia bem sabendo que estava perto de um médico, e que tinha acabado de realizar um exame para saber se meu coração estava bem, as vezes tinham vontade de morar num hospital, ficar longe dele me parecia um pouco perigoso.
Ouvi meu nome, a médica tinha me chamada para entrar no consultório, me senti aliviada naquele momento, entrei, sentei na cadeira e comecei a contar tudo o que havia acontecido naquelas últimas 24 horas. Ela pediu para que eu deitasse na maca e começo a me examinar, auscultou meu coração de todas as maneiras, demorou até um tempo, e nisso eu relaxei por saber que um médico estava ali me supervisionando. Acabado o exame ela pediu para que sentasse na cadeira outra vez e disse:
- Raquel, seus eletros, tanto o de ontem, do hospital, como o de hoje estão normais, seu coração só está acelerado, por nervoso. Sua pressão está levemente alterada pelo nervoso também. Vou pedir exames de sangue para checar sua tireóide e um ecocardiograma, mas tenho a certeza absulota de que não vai dar nada de anormal. Vou te prescrever um calmante natural, não quero que você desenvolva a SÍNDROME DO PÂNICO, que é o que está parecendo que esta acontecendo com você. Quando se sentir mal tome o remédio, é natural e não tem problema, quero evitar que você precise de remédios mais fortes, e depois consulte um psiquiatra, ele saberá te ajudar melhor.
Agradeci a consulta e sai de lá. Mais uma vez escutei a palavra Pânico e Psiquiatra. Voltei para casa mais convencida de que meu problema era mesmo este e que deveria manter a calma, pois não iria morrer. Me acalmei e me senti melhor. Será que estava "curada", era só pensar que nada de mal iria me acontecer e ai eu não me sentiria mais nervosa, não teria mais nenhum mal-estar. Que ótimo. Estava me sentindo bem !
Continua..

6 comentários:

Anônimo disse...

OLá

Nossa lendo o seu blog, era como se esrivesse me bendo na sua siatuação, medo ansiedade presaçao alterada coração disparado, e quando chegava no PS não tinha mais nada, acho que por lá me sentir protegida e que eles pudessem me salvar, tenho medo da morte..... Meu cardiologista já tinha me alertado voce está com a sindróme do pânico deve ptodurar um Psiquiatra (no PS também confirmaram esse necessidade) tanto que nem me dacam remédio, mas quando tenho essas crises o que tem me aliviado é o Frontal, mas amanhã não vejo a hora de ir ao médico a noite e começar o tratamento, fora os que já faço com a tetrapia e esprititual que me ajudam e me encorajem muito.
Abraços
Maria Elen

caju disse...

Eu passei por isso. Tive alta em outubro, depois de 7 meses tomando anafranil. Mas ainda tenho o fantasma daquela sensação ruim... Sei que é normal, leva algum tempo até tudo realmente ficar no passado.
Um bom abraço.

Nathalie Palácio disse...

Oi querida, vi seu post na comu SP Controlada e vim aki ler seus relatos, que por sinal, me lembraram mto meu caso, principalmente na parte da faculdade, os sintomas que vc teve foram mtos os mesmos que os meus, "visao estranha", a tal desrealização né, uma coisa que me incomodava mto era "não sentir direito meu corpo", amortecimento e tal... Na hr em ki vc disse ki talvez tivesse maxucado o braco da sua amiga, lembrei de mim maxucando o meu vice-diretor do colegio onde o arranhei todo... enfim, minhas crises comecaram aos 11 anos de idade... e a parte critica, com fobias adkiridas tbm, ateh os 15... eh um sofrimento imenso... eu particularmente criei um pavor de salas de aula (pelo fato de uma vz ter tido um atake nela)... e kase repeti de ano e tal, se fosse contar td minha historia ficaria um post enorme hehehe hj estou com 19 anos, a 4 anos naun tenho atakes extremos como os que tinha, mas as vzs tenho alguns sintomas ki me incomodam, alem de certas fases de agorafobia, e ainda um medo de salas de aula...Sei que em comparação ao que vivi antes hj vivo no paraiso mas ainda tenho certo medo, ki se agrava pelos sintomas ki as vzs vem hehehe mas foi mto boa essa sua iniciativa... estou ansiosa pela continuação! Mil beijos

Stedy disse...

Ainda me lembro da minha revolta contra meu neurologista quando ele disse que não tinha nada errado comigo... Um dos sintomas mais fortes da minha SP era uma dor de cabeça constante e incômoda, e eu tinha certeza que tinha um tumor no cérebro e poderia morrer, ou virar um vegetal...
Foram dois ou três neurologistas para eu me convencer que eu tinha "apenas um dor de cabeça crônica, sem causa física aparente".

Sobre o comentário anterior ao meu...
Nathalie, sua experiência acabou de me revelar mais uma coisa relacionada à minha SP... A primeira vez que tive uma crise em sala de aula, estava numa aula de Latim... Atualmente, em toda aula de Latim eu começo a me sentir um pouco mal... Nem sempre chego a ter uma crise "daquelas", mas há sempre um certo incômodo... Imaginei que talvez se relacionasse a isso, mas hoje você me deu essa certeza...

Unknown disse...

Cheguei a me emocionar...todo esse depoimento é praticamentetudo o que passei...a procura desesperada da opinião de um cardiologista, as crises, o pedido de socorro aos pais, o desinteresse em realizar atividades, a vontade de morar num hospital...Não estamos sozinhos.

Anônimo disse...

Oie, eu tmb tenho a SP e sofro muito com isso, descobri após ter uma sinusite cronica, fora isso, to com gastriste, enxaqueca, anemia, e a sinusite =[
tenho todos esses sintomas, e muito medo de comer, sair, ir pra escola, morrer, isso tá acabando comigo...
Obrigada por fazer isso, conforta as pessos que tem tmb a SP ...te desejo melhoras, beijoos
Bruna