sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sorte?!? Talvez...



Assim como algumas pessoas comentaram no post anterior, realmente, talvez eu tenha tido a sorte que muitos não tiveram, estar próxima à pessoas que entendiam sobre o assunto e ser consultada por médicos que também já tinham tido a experiencia com a Síndrome do Pânico.

Depois de ter tido alta do hospital, fui para a casa de minha avó materna, queria ter ido direto para a minha casa, mas estava sem forças para dar qualquer tipo de opinião. Cheguei por lá e vovó assustada queria saber o que tinha ocorrido, minha mãe explicou o que acontecera e vovó ficou um pouco preocupada, mas dizendo palavras confortantes como:
- Calma filha, fica bem, você não tem nada, é jovem e todos te amam!
Nessas horas de aflito é muito bom ouvir essas palavras ditas por pessoas que amamos muito, me senti amparada!
Estava um pouco dopada pela medicação que tinha recebido no hospital, e assim. fui direto deitar na cama de minha avó e adormeci. Como era bom dormir, o sofrimento acabara nesta hora, era um alívio imenso, uma sensação de paz nunca sentida antes por mim.
Acordei logo em seguida, não conseguira dormir muito, sobressaltada e assustada, não estava em crise mais, porém ainda sentia uma sensação incômoda, um desconforto, como se ainda estivesse sonhando, um pesadelo na realidade. Chamei minha mãe, começamos nós três, eu, mamãe e vovó a conversar, mas eu ainda estava estranha, com medo de sentir tudo aquilo novamente e com estes pensamentos desatei a chorar. Fui abraçada pelas duas, era bom sentir as pessoas próximas a mim, sentir o abraço, a pele, tinha a sensação de que isto me salvaria de algo ruim. Mas que "algo" era este meu Deus?
Resolvemos ir para casa, eu e minha mãe, despedi-me de minha avó e saimos. Como era estranho estar na rua agora, era tudo tão grande, quanta gente, quanto carro, era assustador. Que sentimento era este? Estava eu com medo de que? Nunca tive medo de sair, muito pelo contrário, odiava ficar em casa, adorava sair com meus amigos, ver gente, conhecer pessoas novas, mas neste momento tudo o que eu queria era minha cama e ficar sozinha apenas com minha mãe ao meu lado. Pensei que isto iria passar logo, estava apenas assustada com o que tinha ocorrido, amanhã estarei melhor e voltarei a vida normal. Ai Deus, que ilusão!
Chegamos em casa, fui para o meu quarto deitar, era bom sentir-me em casa, era seguro estar ali no meu quarto, me senti um pouco enjoada ainda e tomei um remedinho para náuseas, como muitos devem saber, esses remedinho dão um sono tremendo, e adivinha? Adormeci mais uma vez. Ai que delícia era dormir, esquecia de todas as coisas ruins que teimavam em não sair mais da minha cabeça.
Em pouco tempo levantei outra vez, e acreditem, sabe aquele bolo na garganta? Ainda estava lá e agora um pouco mais forte, aquilo estava me irritando, será que estaria com algum problema na garganta, esôfago, na glândula tireóide? Comecei a imaginar o que poderia ser, pensei em tanta doença ao mesmo tempo que comcei a ficar nervosa novamente, meu coração acelerou mais uma vez e fiquei inquieta. Já era fim de tarde e fui até a sala falar com minha mãe:
-Mãe, não to legal, esse bolo na garganta..., o médico nem me examinou.
- Isso é nervoso filha!
-Não sei, acho que estou com algo mais grave. Quero voltar pro hospital!
Voltar pro hospital? Imaginei que foi esta frase que passou pela cabeça de minha mãe, e deve ter sido mesmo. Ela não queria me levar novamente, para que? Ela sabia o que estava ocorrendo, mas eu ainda não estava convencida, precisa saber com certeza.
Pegamos o carro e lá estávamos outra vez no mesmo hospital de onde há poucas eu tinha saido. Pedi na recepção para passar com um clínico geral.
Ouvi meu nome e denovo estava eu na sala de triagem tirando a temperatura e pressão arterial que desta vez estava normal 12X8 mmHg. Entrei no consultório e relatei tudo o que tinha sentido de manhã para este novo médico, ele me examinou e pedi para ele dar uma olhada na minha garganta, olhou por olhar só, para tirar caraminholas da minha cabeça e disse que na garganta eu não tinha nada, no coração eu não tinha nada, não tinha nada físico aparentemente ao exame clínico. Pediu-me para sentar na cadeira novamente e falou:
- Não vou receitar nenhum remédio porque você não tem nada. Mas peço que você marque uma consulta com um Psiquiatra.
Pensei: " outra vez esta história de Psiquiatra? Devo mesmo estar ficando louca."
Saí de lá um pouco frustrada, eu tinha que ter alguma coisa, por mais que eu conhecesse a tal crise de pânico era difícil de acreditar que era isso o que eu tinha, para mim ainda tinha algo físico e que precisava ser descoberto logo, antes que fosse tarde demais.
Voltei para casa com a cabeça à mil, só pensava coisas ruins, besteiras e o sentimento de morte a todo vapor. Nossa como era ruim isso, porque tantos pensamentos assim? Eu não tinha controle sobre eles, não conseguia me concentrar em outra coisa qualquer.
Voltei para casa, fui deitar com meus pais, nesta hora papai já estava em casa e a par de tudo o que ocorrera, adormeci e desta vez só acordei no dia seguinte.
Continua...

4 comentários:

Games e Animes disse...

nossa eu sei como e este sofrimento,eu lendo tudo isso me ajudou hj a melhorar os sintomas que estava sentindo,sofro muito com isso todo hj fico vendo meu pulso,e qualquer dor no peito começa o desespero!!!!

obrigado por este blog,esta ajudando bastante pessoas!!!1

obrigado!!!!!!

Stedy disse...

Pois é, entendo o que você diz... A gente sempre pensando que o mal está no físico...
Eu já tinha ouvido falar de SP, mas tinha uma visão completamente distorcida do assunto. Pouca informação, sabe como é... Achava que SP era uma espécie de "mania de perseguição", e que todo mundo que tinha isso não conseguia sair de casa e ficava enfurnado num quarto escuro, ou coisa assim... Pensava "Bem, não posso ter isso, consigo sair de casa!". Se tivesse ido atrás de maiores informações antes, provavelmente não teria sofrido por tanto tempo...
Continue com esse blog, pois tenho certeza que muitas pessoas se beneficiarão dele!!!
(PS: Sou a "Steph" do tópico passado)

Unknown disse...

Oi td bem,vi seu comentatio pelo orkut e sofro dessa doença tb faz 2 anos e estou afastada da firma,e li td seu diário...se vc quiser conversra meu msn é cris.aps@hotmail.com...sei o que está passando.bjss

Diário de uma Paniquenta disse...

Pessoal... vcs naum sabem como fico feliz de poder ajudar e ser ajudada por vcs...


Steph...espero que agora vc já esteja melhorando, a procura do tratamento certo é muito importante mesmo!!!

Fiquem com Deus